quarta-feira, 22 de julho de 2009

PARA UMA MENINA NO PASSADO.

’’Do que me resta, não é só sobras

Brinquedos, remédios, herança

Traços, trocos, troços, ‘’briga-brague’’

Mas volto com uma lembrança...

Que ‘lambança!’’

-Décio Bar-


Escrever para alguém no passado é sempre delicado, porque é inevitável não querer mudá-lo (pois esta é uma forma de mudar-me também). Mas o que me trás a escrever, é a saudade... Saudade de uma criança com cachinhos loiros e olhos que são duas pedrinhas azuis, que escondem o verde da esperança bem no fundinho.


Quem é ela? Há muito tempo eu me pergunto que é aquela menina que mesmo estando no passado, alegra o meu presente.


Quero falar só pra ti, minha pequena menina, pois gosto de te ver ainda alegre, ainda doce, ainda descrente de tantas verdades... Eu queria te falar da saudade que sinto, quando cansada de chorar, procuro-te na memória, você não vêm me visitar.

Cê não imagina a alegria que me dá, quando deito para dormir, e você me acompanha em insônias insuportáveis, para depois mergulhar em sonhos intermináveis.

Quantas vezes eu me perdi lendo pra ti? Não sei dizer... Só sei que continuarei a ler e sorrir com a mesma timidez e alegria que você sorri para mim.

Gosto de olhar o tempo, e nele ver-te brincando no carrossel, fazendo fantasias, correndo da chuva e se lambuzando toda com chocolate


Ah garotinha, agora me olhar, me observa um pouco mais, e toma cuidado. Eu não quero que você fique pisada pelos dias, abatida pelas horas, sonhando com um futuro incerto, sem poder acreditar veementemente nele, como esta máquina humana que estou me transformando.

Não, não venha me ver após ler esta carta, pois minha máscara da alegria se partiu, e os fios do tempo demoram a se reconstruir.


Posso te dar um único conselho?

Não deixa teus amigos de fora da tua vida... Não te afasta deles. Pode ser que chegue uma hora( e ela sempre chega), em que vais rezar, pedir aos céus um único abraço, e só te restará uma tela fria, com palavras acolhedoras.

Desculpa se sou dura contigo, sei que em um passado remoto és apenas uma criança, e mesmo pequena sabes que não sou boa com as palavras, e nem com provas de carinho... Mas venha, venha me visitar depois do anoitecer, venha fazer parte da minha não-solidão, que eu te darei o maior dos sorrisos, e te contarei maravilhas do futuro.

Antes de terminar, só quero de pedir para não deixar de ter fé, não parar de acreditar nas pessoas, e se possível, não me diga quem és! Deixe-me imaginar, deixe-me questionar... Gosto do mistério desta tua não-definição.



‘‘ (...) Dentro da menina, a menina dança!’’

-Novos Baianos-

8 comentários:

  1. "Não deixa seua amigos de fora da tua vida" disse tudo Danyy o que seriamos de nos sem o nosso ombro amigo?.Amei seu texto lindaaa

    Beijinhoss [L]

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  2. eu tenho tanto ainda dessa criança em mim, me dá força-suave-encantadamente pra tornar-me uma mulher madura e colorida !

    ton linda !

    beijocas, dona moça

    =)

    .

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  3. Algo tão lindo... "tão leve: blue"

    =)

    Parabéns, flor :*

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  4. Danny, texto lindo cheio de sentimentos e muito criativo!
    Sereno...

    Parabéns

    beijinhus

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