terça-feira, 4 de agosto de 2009

Para a minha consciência!


Durante boa parte da vida eu ri de você, querida Consciência. Mesmo nas noites que tomavas meu pensamento e me roubavas o sono. Sempre me falavam da sua importância e do quão eras necessária para tornar esse mundo mais justo e integro, mas eu ria muito de você! Ria até perder minhas forças e depois dormia leve, despreocupada. Sabe... eu quebrei aquele vaso há um tempo atrás e deixei um inocente ser culpado por isso, e eu menti algumas outras vezes, algumas por necessidade, outras por comodidade... Sei que não foram coisas gravas, mas poderiam ter sido e eu nem teria feito nada pra mudar. Mas é que nessa época tu nem me afetavas, eras sinônimo de gargalhadas, de alegria, certeza da ingenuidade alheia, certeza de que a corda sempre arrebentava do lado mais fraco. E agora eu peço desculpas pelos meus desaforos, Consciência.

Hoje que estou mais crescida vejo a sua importância. É que eu aprendi com o amor e com a dor que não há nada melhor do que tê-la limpa. E tem mais, aquela historia do travesseiro é bem verdade, tão bom deitar e dormir em paz, voltar o seu dia, passo a passo e perceber que ele foi conduzido de uma forma correta e que se fez o melhor para si e para outrem.

Há um bom tempo eu não consigo mais rir de você, eu confesso. Sinto um aperto no coração quando recebo alguma reclamação sua, vendo que quebrei algum dos meus ideais, que não agi como deveria. As coisas mudaram e não são mais bobas como outrora e que agora qualquer erro conta muito, conta uma noite sem dormir, uma vida modificada, uma promessa quebrada...

Ninguém aqui é santo, você sabe bem. Todos cometemos erros, equívocos, mas quando tentamos nos redimir, já é um grande passo. E tu, ensinas isso bem. A assumir as conseqüências dos nossos atos e seguir...

Mas o que eu queria mesmo era te pedir pra não voltar a ser aquilo que era antes pra mim, não quero mais rir de você. E pedir também para que não me deixes sozinha, é que eu preciso mesmo desses conselhos, que ditam meus caminhos e me esquivam daquilo que não é justo, que não é digno. Para que eu possa seguir, para que eu possa dormir em paz comigo, ainda que em guerra com o resto do mundo...
P.S.: 'Perdoem o silêncio, o sono, a rispidez, a solidão. Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto'.

6 comentários:

  1. Que coisa mais linda, Flor! A gente vai aprendendo as coisas, aos trancos, né? É bom ter a consciência pra dar uma forcinha. Assim a gente vai trilhando um caminho bom, de paz.

    Beijos!

    ResponderExcluir
  2. A Consciência é aquela amiga de todas as horas. Amiga mesmo, porque as vezes a ignoramos e a tratamos mal pelo simples fato de estarmos em nossa "razão". Mas ela é paciente e espera que voltemos e pedimos novamente seus conselhos, aí sim vem aquele sorriso. O que realmente vale a pena.

    Seu pensamento foi muito forte. Me fez conversar comigo mesmo sobre todas as vezes que já transpassei meus princípios por motivos sem importância, uma mentira, fazer alguém chorar... tudo isso um dia volta, mas como você mesmo disse. "O fato de se redimir já é um grande passo"!

    Excelente texto!

    Boa semana! ;*

    ResponderExcluir
  3. eu faço questão de conservar umas coisas lá de quando eu era criança, me incentiva e faz o mundo parecer mais colorido

    bjos dona anaaaa

    =)

    .

    ResponderExcluir
  4. Que texto lindo!
    É tão bom quando estamos de bem com a vida... DE bem com nós mesmos... Em paz com nossos atos!
    Saber que fizemos o que era certo é a melhor coisa!
    Um beijo, Anaa :**

    ResponderExcluir
  5. ''Calma alma minha, Calminha...''

    Vai com fé, minha querida...o futuro é certeiro.Vamos que vamos...teus atos serão todos proveitosos.

    ResponderExcluir